Não sendo um livro de BD é um livro com a participação de inúmeros autores que também se dedicam à BD. Poesia e Ilustração a celebrar os quarenta anos do 25 de Abril.
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Sem Consenso BD, Ilustração e Politica
A publicação associada a uma exposição, comissariada por Pedro Moura, e organizada pelo Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. Textos de Alberto Mesquita, António Pedro Pita e Pedro Moura.
Caríssimas ilustrações… e alguma BD – Exposição de Nuno Saraiva
Esta exposição tem banda sonora e por aqui se deve começar, pelo princípio. O primeiro dos núcleos inclui uma parte dos originais que ilustram «Caríssimas 40 Canções –Sérgio Godinho e as Canções dos Outros» (abysmo, 2012), livro que resultou das crónicas que o cantor fez para Expresso e onde percorre as suas “canções de vida”. E que regressaram ao palco – no caso, da Casa da Música – para um espectáculo único e intenso. Perto, tão perto, ficam agora algumas das ilustrações, as que mais directamente têm a ver com a cidade.
Tocando um dos aspectos fundamentais da sua criação, a ilustração para imprensa, o segundo núcleo dá a ver um notável conjunto de capas do suplemento ípsilon, do jornal Público, entre elas a que mereceu o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa.
Finalmente, porque o nome de Nuno Saraiva se fez sinónimo de bd humorística (e filosófica), mostra-se um conjunto de pranchas, da série publicada no semanário Sol, tendo por fio condutor a homenagem a personagens e/ou autores da Nona Arte.
Texto de apresentação da exposição que esteve patente até 20 de Julho de 2013.
Isto é um Assalto – A História da Dívida em BD
Dois economistas, politicamente empenhados à esquerda, juntam-se ao talentoso Nuno Saraiva para nos darem uma visão diferente da dominante sobre a dívida e as suas razões, consequências e (eventuais) soluções.
Efeméride-# 5 – Corto Maltese no Século XXI

Cru #34
14 anos depois do último número (o 13) Esgar Acelerado regressa com a sua revista rasca e vadia. Com uma numeração coincidente com os anos de ausência.
Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações

«Ilustrada a música destas quarenta maneiras, percebo agora melhor o que dizem as palavras. A música pura diz tudo sem mostrar nada, e só depois as frases da palavra lhe dão percursos, caras e intenções. Uma canção pronta é indiciada apenas como versão primeira de uma que se irá seguir. Por isso gosto tanto da ideia de versão, onde de repente fica provada a profunda essência plástica de uma melodia e de um verso. É, no limite, uma história sem fim, que se desdobra e se desfia, como o infinito sempre à mão. No caso, a música semeou-se em manchas e riscos, e eu fui descobrindo, atónito, as novas caríssimas versões das minhas inesperadas canções. Sinto-me brindado, e orgulhoso por ser o veículo em que se mostra o ardor criativo da ilustração portuguesa. Em plurais viagens, quarenta porque não há lugar para mais.»
«As boas canções são pedras atiradas à superfície dos nossos dias: perturbam a falsa tranquilidade do reflexo espelhado de céu, mergulham até tocarem os nervos de coral por onde nadam os nossos desejos e os medos de muitas cores, inauguram assim o tsunami que nos fará tremer muitos anos depois. As boas canções são intemporais, mesmo acabadas de gravar têm a maturidade de séculos e falam-nos ao ouvido do único tempo que importa: o presente. Quarenta anos ou mais se podem encontrar em cada canção de Sérgio Godinho, os minutos todos enrolados num novelo, que ora fica na garganta ora nos desce aos punhos, pedras que desatam a série de ondas concêntricas da memória que ainda agora está por nascer. Neste projecto melómano, a data fez-se apenas pretexto, ajudou a encontrar o número exacto de olhares a convocar. Os ilustradores também caminham sobre fina camada de gelo, em busca de lugar seguro onde pôr o pé de modo a seguir em frente, vendo para além do nevoeiro, ou seja, iluminando. No íntimo destas letras, e para além das ideias, sobra um caleidoscópio de imagens: um pequeno movimento, suscita outro olhar, e logo nova imagem.