Etiqueta: Susa Monteiro

Histórias da Planície – BD de Paulo e Susa Monteiro

Histórias da Planície - BD de Paulo e Susa Monteiro

A Inveja é Uma Coisa Muito Feia
Eu e a Susa vivemos e trabalhamos juntos há muito tempo. Não é por isso de estranhar que haja muitos pontos de contacto entre as nossas histórias e o nosso desenho. Afinidades que podem ser encontradas na utilização dos materiais, na expressão do próprio traço, e até nas temáticas que escolhemos (a solidão, o amor). Mas essa aparente “harmonia” fica-se por aqui.
A Susa desenha como quem respira: desenha directamente, sem esboço, quase sempre sem saber o que vai surgir no papel. O desenho vai-se revelando aos poucos, vai-se mostrando. E muitas vezes também acaba por a surpreender. É como se o desenho vivesse dentro dela. Só tem que o deixar correr pelo lápis e desaguar na folha branca…
Comigo é ao contrário: desenhar é sempre penoso e cansativo! Tenho uma imagem na cabeça e é essa imagem que persigo. Horas a fio! Faço esboços, esboços e esboços. Rasgo, deito fora, encho o caixote do lixo com papéis. Para chegar ao desenho é sempre uma luta esgotante e muitas vezes um processo doloroso. É quase obsessivo! Nunca nada está bem! E saio muitas vezes de casa para não rasgar o que já está feito!
Quem vê as nossas pranchas juntas, como nesta exposição na Mundo Fantasma, não imagina que tentemos chegar ao mesmo objectivo através de caminhos tão diferentes. Há tantos pontos de contacto no nosso trabalho… Bom, na verdade também nos complementamos a desenhar. Mas pelo oposto: Ela encontra. Eu procuro.
E procuro, e procuro… Que inveja!
Paulo Monteiro
(texto de apresentação da exposição que esteve patente até 5 de Janeiro de 2014).

Efeméride-# 5 – Corto Maltese no Século XXI

Efeméride-# 5 - Corto Maltese no Século XXI
capa de Regina Pessoa

Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações

Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações
desenho de Henrique Cayatte

 

40 das principais canções de Sérgio Godinho, escolhidas pelo próprio e iluminadas por outros tantos ilustradores: de José Brandão a Henrique Cayatte, de Sara Maia a João Maio Pinto, de Cristina Valadas a Jorge Colombo, de Pedro Proença a Teresa Lima, de João Fazenda a André Carrilho, enfim muitas gerações e quase todos os estilos.
Sérgio Godinho, no prefácio:
«Ilustrada a música destas quarenta maneiras, percebo agora melhor o que dizem as palavras. A música pura diz tudo sem mostrar nada, e só depois as frases da palavra lhe dão percursos, caras e intenções. Uma canção pronta é indiciada apenas como versão primeira de uma que se irá seguir. Por isso gosto tanto da ideia de versão, onde de repente fica provada a profunda essência plástica de uma melodia e de um verso. É, no limite, uma história sem fim, que se desdobra e se desfia, como o infinito sempre à mão. No caso, a música semeou-se em manchas e riscos, e eu fui descobrindo, atónito, as novas caríssimas versões das minhas inesperadas canções. Sinto-me brindado, e orgulhoso por ser o veículo em que se mostra o ardor criativo da ilustração portuguesa. Em plurais viagens, quarenta porque não há lugar para mais.»
João Paulo Cotrim, no prefácio:
«As boas canções são pedras atiradas à superfície dos nossos dias: perturbam a falsa tranquilidade do reflexo espelhado de céu, mergulham até tocarem os nervos de coral por onde nadam os nossos desejos e os medos de muitas cores, inauguram assim o tsunami que nos fará tremer muitos anos depois. As boas canções são intemporais, mesmo acabadas de gravar têm a maturidade de séculos e falam-nos ao ouvido do único tempo que importa: o presente. Quarenta anos ou mais se podem encontrar em cada canção de Sérgio Godinho, os minutos todos enrolados num novelo, que ora fica na garganta ora nos desce aos punhos, pedras que desatam a série de ondas concêntricas da memória que ainda agora está por nascer. Neste projecto melómano, a data fez-se apenas pretexto, ajudou a encontrar o número exacto de olhares a convocar. Os ilustradores também caminham sobre fina camada de gelo, em busca de lugar seguro onde pôr o pé de modo a seguir em frente, vendo para além do nevoeiro, ou seja, iluminando. No íntimo destas letras, e para além das ideias, sobra um caleidoscópio de imagens: um pequeno movimento, suscita outro olhar, e logo nova imagem.
(textos de apresentação da exposição que esteve patente até 29 de Abril de 2012).

Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações

Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações

Um livro de ilustrações para as canções de Sérgio Godinho onde a participação de muitos autores de BD não surpreende.

Futuro Primitivo

Futuro PrimitivoRicardo MartinsSilasRicardo

Tinta nos Nervos – banda desenhada portuguesa

Tinta nos Nervos - banda desenhada portuguesa

Uns anos depois de Angoulême 98 e do definhar da Bedeteca de Lisboa, Pedro Vieira de Moura produz uma exposição (de Janeiro a Março de 2011) no Museu Berardo, e um catálogo, onde faz uma síntese que procura: “dar a ver a parte da produção da BD portuguesa, através de um foco de analise estética e de rigor artístico”. Com textos do comissário organizador, de Domingos Isabelinho e de Sara Figueiredo Costa.