14 anos depois do último número (o 13) Esgar Acelerado regressa com a sua revista rasca e vadia. Com uma numeração coincidente com os anos de ausência.
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Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações
«Ilustrada a música destas quarenta maneiras, percebo agora melhor o que dizem as palavras. A música pura diz tudo sem mostrar nada, e só depois as frases da palavra lhe dão percursos, caras e intenções. Uma canção pronta é indiciada apenas como versão primeira de uma que se irá seguir. Por isso gosto tanto da ideia de versão, onde de repente fica provada a profunda essência plástica de uma melodia e de um verso. É, no limite, uma história sem fim, que se desdobra e se desfia, como o infinito sempre à mão. No caso, a música semeou-se em manchas e riscos, e eu fui descobrindo, atónito, as novas caríssimas versões das minhas inesperadas canções. Sinto-me brindado, e orgulhoso por ser o veículo em que se mostra o ardor criativo da ilustração portuguesa. Em plurais viagens, quarenta porque não há lugar para mais.»
«As boas canções são pedras atiradas à superfície dos nossos dias: perturbam a falsa tranquilidade do reflexo espelhado de céu, mergulham até tocarem os nervos de coral por onde nadam os nossos desejos e os medos de muitas cores, inauguram assim o tsunami que nos fará tremer muitos anos depois. As boas canções são intemporais, mesmo acabadas de gravar têm a maturidade de séculos e falam-nos ao ouvido do único tempo que importa: o presente. Quarenta anos ou mais se podem encontrar em cada canção de Sérgio Godinho, os minutos todos enrolados num novelo, que ora fica na garganta ora nos desce aos punhos, pedras que desatam a série de ondas concêntricas da memória que ainda agora está por nascer. Neste projecto melómano, a data fez-se apenas pretexto, ajudou a encontrar o número exacto de olhares a convocar. Os ilustradores também caminham sobre fina camada de gelo, em busca de lugar seguro onde pôr o pé de modo a seguir em frente, vendo para além do nevoeiro, ou seja, iluminando. No íntimo destas letras, e para além das ideias, sobra um caleidoscópio de imagens: um pequeno movimento, suscita outro olhar, e logo nova imagem.
Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações
Um livro de ilustrações para as canções de Sérgio Godinho onde a participação de muitos autores de BD não surpreende.
Some People Can’t Draw! Mr Esgar’s Art Show – exposição de Esgar Acelerado
Apesar do título em inglês, a oitava exposição da Galeria de BD e Ilustração Mundo Fantasma voltava a território nacional com a convocatória a incidir em Esgar Acelerado, velho cúmplice das movimentações em torno da BD no Porto.
A propósito escrevia João Paulo Cotrim na apresentação: “O mundo “acelerado” de Esgar é feito de contaminações. Primeiro estas entram nas próprias cores que o assolam e que nunca se fazem planas, depois com as vivências mentais do seu autor, que desde o profundo interior duns “states” que conhece melhor do que desde sempre lá tivesse vivido, ao mundo retorcido e violentamente cinematográfico e musical de monstros e zombies duma dignificada série B.
As palavras chegam-nos por vezes, explicitas nos balões de BD (arte com que o autor também flirtou) ou como informações – quase com um poder impositivo – nos inúmeros cartazes em que as suas ilustrações se transformam ao serviço de causas em que o autor se revê. Com a música à cabeça e na cabeça”.
Superfuzz – Tomo 1 Vai Sonhando Paiva…. Vai Sonhando
Recolha das BD publicadas no Blitz a partir de 2001. Com textos introdutórios de Miguel Esteves Cardoso e Pedro Gonçalves e uma entrevista de Raquel Pinheiro.
Mr Substandard VS Dr. Cubo
A dupla Rui Ricardo e Esgar Acelerado na revista 365. Uma variante do Superfuzz.
Stripburger #29
Esgar Acelerado na Stripbuger, revista da Eslovenia. Na capa e numa BD no interior: Mr Substandard Meets Destiny.