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À Procura da BD de Abril
Com organização da Bedeteca e no âmbito do Dia Nacional da BD Portuguesa, uma exposição que junta uma mostra de originais de José Carlos Fernandes da sua obra de 2000 “A Revolução Interior – à procura do 25 de Abril” com argumento da dupla João Ramalho Santos e João Miguel Lameiras. Na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
25 Almas – uma exposição baseada na trilogia de BD de Ficção Científica “Umbigo do Mundo”
Uma exposição construída como homenagem à personagem de Penim Loureiro e Carlos Silva. Com a participação de mais de 25 autores nacionais e dois brasileiros (André Diniz e Ricardo Leite). Depois de apresentações no Coimbra BD e na livraria Cult, apresenta-se no Porto, na Mundo Fantasma, promovida pela Bedeteca.
In The Dust of Creation – Exposição de Daniel da Silva Lopes
texto de apresentação da exposição:
“Novo Universo em Criação” é uma fantástica viagem pelo imaginário inovador e em expansão de Daniel da Silva Lopes e que oferece uma visão íntima e detalhada do universo de ficção científica que Daniel tem desenvolvido ao longo de sua carreira.
Desde as primeiras páginas da revista In the Dust of Our Planet, passando por Sweet Wind, e mais recentemente com o seu novo trabalho Eight Months Ago, Daniel da Silva Lopes tem cativado leitores com suas narrativas e com o seu traço. Inspirado por suas múltiplas paixões, consegue criar uma Space Opera única que explora temas universais através de mundos exóticos e personagens inesquecíveis.
Esta exposição é mais do que uma simples exibição de páginas de arte; é um convite para mergulhar na mente criativa de Daniel e explorar as profundezas de um universo em constante evolução, onde arte, histórias e conceitos refletem a dedicação e o talento do autor, proporcionando uma experiência imersiva que vai além das páginas impressas.
Deixem-se ser transportados para novas galáxias e descubram as maravilhas a que Daniel dá vida, e embarquem numa viagem pessoal, detalhada e inesquecível através dos horizontes ilimitados de um novo universo em criação.
Exposição – Os fanzines em Portugal, anos 70 / 80 e 90.
texto de apresentação:
A palavra fanático não é uma palavra com boa reputação. Então como explicar que algo que deriva dela, o “fanzine” possa ter uma aura mítica e positiva.
É fácil de explicar: o “magazine de fanáticos” – que deu origem ao neologismo Fanzine- é alguém que ama intensamente o tema a quê se dedica. Um fã (ou fan) é alguém que pode ser um fanático, mas que ao se dedicar à sua paixão consegue de algum modo evitar os extremos e as obsessões que, normalmente, associamos a fanatismo e que tanto má fama dão à palavra.
O acto de partilhar a sua paixão com outros sobrepõe-se à paixão imposta e procura uma paixão comungada.
O termo surgiu – dizem os compêndios – na área da Ficção Científica e rapidamente se propagou a outras áreas da cultura popular (o cinema, a música, a literatura e, claro a BD).
Em Portugal rezam também as crónicas que a pratica teve o seu início nos anos 70. E – independentemente de desenvolvimentos nas técnicas de impressão ou reforço de meios à parte – a publicação de fanzines foi sendo constante até ao fim do século passado (já neste novo século a internet e novas possibilidade de impressão encarregaram-se de abrir novas formas de publicação).
Companheiros da Penumbra – exposição de Nunsky
No lançamento da Bedeteca e de um pretendido novo folgo para a Galeria, a chamada foi para Nunsky e a sua obra que tanto tem a ver com o Porto e ainda por cima evoca o saudoso Salão Internacional de BD do Porto e a sua encarnação no Mercado Ferreira Borges.
O texto de apresentação da exposição foi da autoria de David Pontes:
Há um tempo em que o mundo parece um lugar aberto a todas os sonhos e possibilidades e, simultaneamente, o destino onde os nossos medos moram, à espera de se tornarem a realidade. Um tempo em que forjamos carácter, conjugamos forças, exorcizamos destinos marcados. Procuramos companhia para a viagem, naqueles com quem podemos partilhar códigos indecifráveis para a maioria e uma imparável vontade de não nos vermos diluídos na multidão. Esse tempo chama-se juventude e é nela, que de uma forma empolgante, Nunsky nos leva a mergulhar no seu “Companheiros da Penumbra”.
É desse tempo, em que podíamos ser músicos, editores, organizadores de espectáculos, estilistas, realizadores de cinema, autores de banda desenhada, sem ter de gastar uma vida em cada uma dessas vocações, que nos fala esta banda desenhada ímpar. Anos feitos de conspirações à mesa do café, sessões de cinema em casa de amigos, palcos improvisados em casas de alterne, incursões ao Portugal “real”, excessos e amores suspirados, conquistas e derrotas amargas. Mesmo para quem não se entregou às trevas da nação gótica, mas abraçou uma qualquer tribo urbana, “Companheiros da Penumbra” é um local perfeitamente reconhecível, nostalgicamente familiar.
Até porque esta é uma viagem a um Porto muito diferente da cidade conquistada pelo turismo de hoje. Um tempo de passagem em que especialmente a Sé e a Ribeira, mas também os centros comerciais decadentes, encontravam novos habitantes nas hordas de juventude que iam enchendo bares e discotecas, onde antes havia armazéns e estabelecimentos comerciais. Nessa altura, a cidade, com todas as suas promessas adiadas de cosmopolitismo, pertencia-lhes, era o lugar onde se erguia alto a bandeira do direito à diferença.
Nunsky consegue unir isto tudo com um traço distintivo e sólido e com uma banda sonora irrepreensível, que faz de “Companheiros da Penumbra” um excelente parceiro para regressar a esses tempos negros e brilhantes.
“All we ever wanted was everything
All we ever got was cold”
Bauhaus
David Pontes