Depois de Diário Rasgado, mas mantendo o carácter autobiográfico, Marco Mendes produz uma novela gráfica ambientada no Porto.
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Cru’57 Especial Fofidão – Exposição com vários autores

Histórias da Planície – BD de Paulo e Susa Monteiro
A Susa desenha como quem respira: desenha directamente, sem esboço, quase sempre sem saber o que vai surgir no papel. O desenho vai-se revelando aos poucos, vai-se mostrando. E muitas vezes também acaba por a surpreender. É como se o desenho vivesse dentro dela. Só tem que o deixar correr pelo lápis e desaguar na folha branca…
Comigo é ao contrário: desenhar é sempre penoso e cansativo! Tenho uma imagem na cabeça e é essa imagem que persigo. Horas a fio! Faço esboços, esboços e esboços. Rasgo, deito fora, encho o caixote do lixo com papéis. Para chegar ao desenho é sempre uma luta esgotante e muitas vezes um processo doloroso. É quase obsessivo! Nunca nada está bem! E saio muitas vezes de casa para não rasgar o que já está feito!
Quem vê as nossas pranchas juntas, como nesta exposição na Mundo Fantasma, não imagina que tentemos chegar ao mesmo objectivo através de caminhos tão diferentes. Há tantos pontos de contacto no nosso trabalho… Bom, na verdade também nos complementamos a desenhar. Mas pelo oposto: Ela encontra. Eu procuro.
E procuro, e procuro… Que inveja!
Crise Ibérica – Exposição Luso-Espanhola de Ilustração e Banda Desenhada
Álvaro Nofuentes ; Carlos Pinheiro; Daniel Casal del Rey e Ricardo Alves; Daniela Duarte; Diniz Conefrey; Don Rogelio; Elías Taño; Filipa Areias; Jorge Mateus; Marco Mendes; Martín López Lam; Nuno Sousa; Paco Roca; Pedro Serpa; Sagar e Zoel Forniés; Santiago García y Pepo Pérez e Ximo Abadía.
A actual crise económica adquiriu uma dimensão internacional. A sua profunda repercussão afecta-nos a todos e assim sendo os cidadãos podem e devem opinar sobre ela. Aliás, como a cise impregna tudo, surge continuamente na nossa vida quotidiana.
Esta situação tem sido abordada de diversos pontos de vista, desde o político ao económico, desde o sociológico ao artístico. O mundo da Banda Desenhada e da Ilustração não é excepção.
Se esta crise está também designada como “ibérica” é porque muitos dos efeitos que produz são comuns em Espanha e em Portugal e, também aqui os autores os tem reflectido na sua obra.
Assim pareceu-nos muito interessante conhecer como se vive e como se expressa esta tremenda situação nas BD’s realizadas por artistas de ambos os países.
Daniel Casal del Rey
Lixo Futuro – exposição colectiva
“Esta é a última geração de seres-vivos. Depois disto, só lixo. Pior do que já existe. Somos um baby boomer invertido. Somos o fim. Somos o início do pós-merda. Queremos que tudo se foda, com paixão. Somos idólatras da aldeia global. Usamos a nossa arte, não no sentido da salvação, mas da consternação. Celebramos o Futuro na esperança que ele seja pior. De promessas está o mundo cheio. Aceitamos as coisas como elas são, sem stress. Que se foda o presente. Somos o lixo futuro. ” – A.S.
(texto da exposição que esteve patente até 8 de Setembro de 2013).
Caríssimas ilustrações… e alguma BD – Exposição de Nuno Saraiva
Esta exposição tem banda sonora e por aqui se deve começar, pelo princípio. O primeiro dos núcleos inclui uma parte dos originais que ilustram «Caríssimas 40 Canções –Sérgio Godinho e as Canções dos Outros» (abysmo, 2012), livro que resultou das crónicas que o cantor fez para Expresso e onde percorre as suas “canções de vida”. E que regressaram ao palco – no caso, da Casa da Música – para um espectáculo único e intenso. Perto, tão perto, ficam agora algumas das ilustrações, as que mais directamente têm a ver com a cidade.
Tocando um dos aspectos fundamentais da sua criação, a ilustração para imprensa, o segundo núcleo dá a ver um notável conjunto de capas do suplemento ípsilon, do jornal Público, entre elas a que mereceu o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa.
Finalmente, porque o nome de Nuno Saraiva se fez sinónimo de bd humorística (e filosófica), mostra-se um conjunto de pranchas, da série publicada no semanário Sol, tendo por fio condutor a homenagem a personagens e/ou autores da Nona Arte.
Texto de apresentação da exposição que esteve patente até 20 de Julho de 2013.
Tiago Manuel: Céu em Fogo
Artista carismático e singular, autor de uma obra plástica e literária assaz invulgares, fez a sua formação artística com os mestres Aníbal Alcino e Júlio Resende. O seu trabalho tem sido apresentado no país e no estrangeiro em instituições e galerias de referência, tendo já sido premiado por várias vezes.
Exposições: Mishima, Manifesto de Lâminas, Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2008; Galeria Spectrum Sotos, Saragoça, 2008; Galeria Palmira Suso, Lisboa, 2007; Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende, Gondomar, 2002.
Coletivas: Arco, Casa da Cerca, Almada, 2008; Prémio Stuart, Lisboa, 2007, 2006, 2004; Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada (Bedeteca de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa), 2004, 2002, 2001, 2000.
Na qualidade de ilustrador, publicou nos jornais Público, Expresso, Jornal de Letras, Letras & Letras, O Diário, nas revistas Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian, Ler-Círculo de Leitores e nas editoras Âmbar, ASA, Afrontamento, Media Vaca (Valência) e Bertrand, entre outras, tendo este ano ilustrado “Mário de Sá-Carneiro – Antologia Poética”, para a Kalandraka, sob a chancela da Faktoria K de Livros.
(texto de apresentação da exposição que esteva patente até 30 de maio de 2013).