Biografia
Lisboa, 1968
Costumo referir que debutei na banda desenhada por volta de 1990 através da revista Lx Comics, embora verdadeiramente tudo tenha começado uns anos mais cedo, em 1984. Foi nesse ano que participei no Concurso Nacional de BD tendo ganho, para além do 1ºprémio, a valiosa amizade e incentivo do carismático Geraldes Lino, que desde logo me “puxou” para as tertúlias do Clube Português de Banda Desenhada (CPBD). Nessa altura, pouca coisa se passava que não passasse pelo CPBD e foi assim que conheci as principais “personagens” do meio “bedéfilo”.
Mais tarde, enquanto me tornava arquitecto, a bd foi evoluindo subterraneamente, aflorando à superfície em momentos marcantes como o convite, em 1992, para representar Portugal na Bienal dos Jovens Criadores da Europa Mediterrânea. Entretanto, passaram 20 anos e 200 páginas. Teimosamente, a banda desenhada acompanhou-me no seu ritmo intermitente, feita sobretudo de pequenas histórias, participações pontuais em diferentes antologias, a contribuição regular sob a forma de crónicas para jornais ou revistas, exposições individuais e colectivas, dois álbuns publicados em 2003. É uma obra curta, ainda em construção, e a maioria destas aventuras não teria sido possível sem a cumplicidade e a escrita preciosa do João Paulo Cotrim, autor e dinamizador de muitos projectos onde participei e argumentista de muitas das histórias que desenhei.
Hoje, a banda desenhada permanece aliciante e com potencialidade de experimentação, tanto na exploração crítica das suas convenções como na expansão dos parâmetros da sua linguagem. No caso do presente álbum, arquitectura e bd mostram-se entrelaçadas e comunicantes, uma contaminação sempre latente no meu trabalho mas que nestas páginas ganha uma intensidade inédita. O que era subterrâneo corre agora à superfície abrindo novos caminhos e possibilidades.
Pedro Burgos, Jan 2013
Cruzamentos
N/A
Links de Interesse
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