Enquanto a popular Agência Portuguesa de Revistas obtinha um estrondoso sucesso com Camões a Sua Vida Aventurosa, uma nova obra, Eis… Pax da dupla Noberto Nunes e Jorge de Oliveira prenunciava novos rumos para a BD nacional.
Um novo Camões, mas essencialmente a chegada da peça fundamental de uma nova BD Portuguesa: Wania Escala em Orongo. Mas também Os Navegadores do Infinito. A FC a dar o tom.
O destaque vai para uma das primeiras BDs de Abril: Kollan Ville. Mas também os fanzines a apontar novos caminhos: Copra e Aleph entre outros.
O evento do ano é obviamente o surgimento da revista Visão. Mas discretamente aparece um tal de Fernando Relvas no Estripador (um fanzine).
Um fanzine inteiramente dedicado à análise e estudo da BD associado a uma exposição no Museu de Ovar. Com o conhecido cantor Manuel Freire, na coordenação: Hic número 1 (e único).
A política continua de mãos dadas com a arte sequencial: Carlos Barradas (ex-Visão) adapta Marx: O Capital em BD
Victor Mesquita, um dos grandes dos anos 70, publica – depois da interrupção abrupta na Visão – Eternus 9, Um Filho do Cosmo.
De novo Camões, mas desta feita a partir de uma peça de Hélder Costa e com desenhos de Rui Pimentel.
Este ano assinala a tentativa de criação de um herói à portuguesa e, claramente, inspirado em aventuras gaulesas: Tónius, O Lusitano
Depois do famoso Espião Acácio, Fernando Relvas contribui para o ideário nacional da BD com Karlos Starkiller.
Primeiro designou-se Salão de Banda Desenhada e do Fanzine do Porto; depois ficou conhecido como Comicarte e no fim foi o Salão Internacional de BD do Porto. A primeira edição foi em Outubro deste ano.
Fernando Relvas continua, e agora a cores, no Se7e. Mas também surgem prestações dos irmãos Jorge e Vasco Colombo.
Um dos veteranos da BD nacional – José Ruy - inicia uma das suas mais famosas séries: As Aventuras de Porto Bomvento. E Geraldes Lino publica o primeiro EROS
Uma tentativa de solidificação da BD Portuguesa da época: A revista LX Comics. E, de algum modo, um prenúncio da Bedeteca de Lisboa.
Jim del Monaco, personagem popular criado em 1985, muda-se de armas e bagagens (e com cores) da Futura para a Asa.
Um ano de grandes revelações: José Carlos Fernandes com Controlo Remoto mostra a sua imensa qualidade e surge o Quadrado.
A Associação Neuromanso publica o primeiro comic book português, A Lâmina Fria da Lua de José Carlos Fernandes. E o Corvo (de Luís Louro) entra em cena.
A primeira publicação em álbum daquele que será o grande sucesso de público da BD nos anos 90: Filosofia de Ponta de Nuno Saraiva e Júlio Pinto.
A mais consistente e importante acção (até hoje) dos poderes públicos na área da BD: a Bedeteca de Lisboa abre as suas portas.
Com o número 13 da sua publicação o Mesinha de Cabeceira revela um autor original e consistente: Nunsky.
Borda d’Água de Miguel Rocha na colecção da LX Comics da Bedeteca de Lisboa. Um excelente autor que atravessará três colecções que no fim dos anos 90 se dedicaram á revelação de novos autores: a Quadradinho do SIBDP, a Primata Comix da Polvo e esta LX Comics.
Tu és a Mulher da Minha Vida, Ela a Mulher dos Meus Sonhos, com este título, Pedro Brito e João Fazenda encerram o século sob muitos bons auspícios.
A Polvo publica O Diário de K de Filipe Abranches. A obra foi o resultado da primeira Bolsa de Criação Literária atribuída à BD no âmbito do Ministério da Cultura. Angoulême 98 a dar resultados.
A publicação do terceiro álbum de Filipe Seems de António Jorge Gonçalves e Nuno Artur Silva e a continuação da obra maior de José Carlos Fernandes: A Pior Banda do Mundo.
A publicação em álbum de outro sucesso da BD portuguesa num público mais alargado: Superfuzz de Rui Ricardo e Esgar Acelerado. E o último Quadrado e o ocaso da Bedeteca de Lisboa?
O surgimento consistente de Beja no panorama nacional, com uma revista (Venham Mais 5), uma colecção para novos autores (Toupeira) e um Festival de BD.
A BD sempre foi objecto de estudos sociológicos: Práticas na BD - de Helena Santos, Nelson Dona e Ana Cardoso - debruça-se sobre os públicos do 16ª Amadora BD.
Depois da publicação francesa Rui Lacas com Obrigado Patrão nas edições Asa. A BD nacional na senda da internacionalização.
Marcos Farrajota colige algumas das suas BD’s publicadas em fanzines: Noitadas, Deprês & Bubas. No outro lado do oceano diversos autores lusos começam a ser publicados: João Lemos, Nuno Plati e Ricardo Tércio.
A primeira edição em álbum de Filipe Andrade (com argumento de Filipe Pina): BRK (anteriormente dado à estampa no BD Jornal).
Victor Mesquita regressa a Eternus 9 e Paulo Monteiro publica O Amor Infinito que te tenho e outras histórias. Filipe Melo desponta com Dog Mendonça e Pizza Boy.
Uma editora de autores na BD. O Quarto de Jade arranca com Animais Domésticos de Maria João Worm.
A Turbina e a Mundo Fantasma publicam Diário Rasgado 2007-2012, recolha da obra de Marco Mendes anteriormente vista no seu blog. A Kingpim publica Joana Afonso e Nuno Duarte com O Baile.